sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Quando pensamos que sabemos de alguma coisa, vem a vida e nos mostra como somos desconhecedores da vida e do próprio destino.

Ser
Voar.
Aonde queremos chegar?

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Se você tem algo a dizer... levante a mão. Não se cale, não se contente. A vida te pede mais do que a assistência pacífica. Não estamos alheios na observação é claro. Mas depois de tanto olhar, de tanto apreciar, ver e enxergar as informações coletadas se acumulam de tal maneira que é preciso colocar pra fora "palavra presa é tumor". Gritar as vezes, calar até. Escrever, desenhar. Chorar e rir. O modo passivo é um preâmbulo de alguma coisa. O que está por vir é incerto, terreno duvidoso. Pisando em ovos. As pausas, tomadas de fôlego. Buscar voos mais longos ou caminhar pela estrada? Os observadores são mal vistos. A extroversão é demandada com uma certa imposição no tempo em que vivemos. Agora que mal há em não precisar ser o que é preciso ser. Dizem tanto como se deve agir. Se um modelo fosse mesmo possível não seriamos todos bonitos, forte, inteligentes e bem sucedidos. E não seria o mundo uma mesmice sem graça. Não me venha com fórmulas, modelos ou listas. 10 coisas todo fulano precisa saber pra ser o que ele não quer mas precisa porque alguém disse que é bom.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012



Espera
A vida está assim,
e você me chega, muda tudo.
Uma pausa, respiro fundo.
Não, não passa.
E é assim.
O que escolhemos e o que a vida nos proporciona.
Esse sentimento ambíguo.
Não é fácil gostar de alguém,
não. Não queremos ficar vulneráveis.
Temos muito medo de nos entregar,
esperar, esperar.
Medo.
Como pular de bungee jump,
sem saber se a pessoa,
essa, vai te segurar.
Você quer mergulhar, mas tem medo de se esborrachar.
Mas e daí?
Se eu quiser pular?
você pula comigo?
aprendo a voar...
Te levo junto
vamos sonhar.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012


O fluxo contínuo faz pulsar as veias e saltar os olhos. O movimento na cidade é um constante, inconstante alternar de olhares. Se me desloco aqui, viro a minha cabeça para lá. Algo me chama a atenção, me prende. Tudo acontece muito rápido, entretanto existem coisas que ficam. À espera de algo – pode ser o trem, o ônibus, o metrô ou a companheira – nos tornamos mais observadores. Prestar atenção nas coisas reforça a nossa presença como indivíduos no mundo. 

Ver a imagem de uma janela esquecida e apagada no quarto andar daquele prédio desperta uma lembrança. Consigo sentir o cheiro ruim do esgoto que saindo do bueiro e o calor úmido que fazia. Era noite. Era novembro. Janelas tão diferentes, mas eram janelas. O instante em que desviei meu olhar em direção daquela janela foi insignificante. Atravessava a larga rua sem movimento naquele momento. A força daquela imagem se enraizou tão fortemente nas minhas lembranças que me acompanhará, caminhando comigo por onde eu ande, sempre a espera de uma outra janela (mesmo não sendo) da qual ela possa surgir.

Apressa, corre, não para.



Espera
Não se apresse em continuar
sim
se dê uma pausa,
é
uma pausa.
Uma pausa e respire.
Pense no que você viveu, pense no que aconteceu.
Inspire.
Absorva.
Daqui pra frente você não é mais o mesmo,
nunca será.
Um passo,
e outro e outro.
Mesmo que você volte
três passos atrás,
não será o mesmo de três passos atrás.
Então,
Não
Não se apresse.
Espera.
Veja o que aconteceu com suas pernas,
quando elas se movem sua cabeça vai junto.
E não há como voltar, não da forma que veio.
Quero antes ir, e guardar.
Experimentar.
Absorver.
Crescer
ir...

sábado, 3 de novembro de 2012

long time


passar aqui a noite
a madrugada faz falta
o barulho que faz posso ouvir melhor
o barulho daqui de dentro
faz tempo
e esse tempo agora me lembra daquele
é como se aquele estivesse aqui comigo
e está
porque sempre levamos aquilo que vivemos
experiências
vivencias
organismos vivos
na madrugada é possível escutar
o que o dia não me deixa ouvir
pingos da chuva, um a um, caindo, batendo.
Meus pensamentos são como pingos de chuva
e na madrugada
há tempestade.

quarta-feira, 31 de outubro de 2012


Olho
Vejo-te.
E ao te ver, meu pensamento se enche de desejo.
Um impulso me move, me leva até você:
Seus olhos, sua boca, meu corpo, sua pele, seu cheiro,
Sua coxa.
Ali mesmo poderia ficar!
Tempo? Horas... Deixa o tempo pra lá.
A intensidade dessa nossa conexão não é necessário explicar.
Sinto.
E nesse sentir fico a querer cada vez mais
ao teu lado, junto, com e dentro de você estar.